Em meio a um cenário político local já marcado por controvérsias e questionamentos sobre a autonomia de Maricá em relação ao restante do Brasil, o vereador Ricardinho Netuno (PL) acirrou o debate ao fazer uma grave denúncia de possível superfaturamento na compra de computadores pela Prefeitura e pela Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá).
A acusação, feita durante a sessão da Câmara de Vereadores na última segunda-feira (12/05), aponta para um possível prejuízo milionário aos cofres públicos.
De acordo com o parlamentar, a prefeitura teria adquirido computadores por R$ 13 mil cada unidade.
O valor chama a atenção, pois, segundo uma pesquisa de mercado apresentada pelo vereador, o mesmo modelo estaria disponível por, no máximo, R$ 6 mil.
“A prefeitura pagou mais do que o dobro. Eu denunciei, já existe uma investigação no Ministério Público com inquérito aberto”, enfatizou Netuno, detalhando que a compra envolveu 75 unidades do tipo 1 e mais de 800 do tipo 2.
Não parou por aí. O vereador também lançou suspeitas sobre um novo contrato firmado pela Codemar, presidida por Hamilton Lacerda, que prevê a aquisição de uma quantidade expressiva de equipamentos de informática.
Segundo Netuno, o contrato inclui a compra de 2.453 computadores tipo 1, 5.065 computadores tipo 2, 7.517 doorbreaks e 700 notebooks, além de outros itens não especificados.
“Ele tá fazendo um novo contrato milionário, que tudo indica estar sendo direcionado para empresas amigas”, declarou o vereador da tribuna, levantando questionamentos sobre a necessidade de um volume tão grande de equipamentos e a destinação dos mesmos.
“É uma farra com o dinheiro da nossa cidade. Tantos computadores assim, que não tem nem aonde colocar. Qual é a finalidade desse contrato?”, indagou Netuno, cobrando apuração e transparência no processo licitatório.
A nova denúncia de Ricardinho Netuno ocorre em um contexto peculiar para Maricá.
Nos últimos tempos, a cidade tem sido associada a um discurso de diferenciação em relação ao restante do país, impulsionado pelo jargão “Maricá é meu país”. Essa expressão, adotada pelo líder revolucionário Washington Quaquá, tem sido interpretada por muitos como um símbolo de uma suposta autonomia local, marcada por homenagens a figuras históricas estrangeiras em nomes de hospitais, ruas e edificações, como o Hospital Ernesto Guevara e a Rua Carlos Marighella.
Essa atmosfera de “independência” de Maricá levanta questionamentos sobre a aplicação efetiva das leis brasileiras no município, especialmente diante de denúncias recorrentes de irregularidades que, segundo relatos da população, nem sempre encontram respostas adequadas.
A atual denúncia de possível superfaturamento e direcionamento de contratos na Codemar reacende o debate sobre a gestão dos recursos públicos em Maricá e a necessidade de fiscalização e transparência, em um momento em que a frase “Maricá é meu país” parece ecoar com uma conotação cada vez mais controversa.
Comprovando autonomia do prefeito onde destinou 8 MILHÕES para um projeto pessoal a Escola de Samba União de Maricá sem a devida contrapartida ao povo do município uma atitude já feita no passado que não deu em nada abrindo espaço para ser feita novamente aos olhos da LEI..
A população aguarda respostas das autoridades competentes para saber se, de fato, a lei brasileira prevalece em Maricá.