Em um vídeo gravado diretamente de seu sítio, logo após retornar de uma missão com mais de 40 pessoas em prol da Revolução Cubana, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, lançou uma visão ambiciosa para o futuro da cidade: transformar Maricá em uma potência na produção de cajá.
A motivação, segundo suas palavras, ecoou memórias de um passado humilde, relembrando os tempos em que frequentava as biroscas locais.
Dirigindo-se aos universitários do programa Passaporte Universitário, especialmente aqueles da área de agronomia e setores ligados à agricultura, o prefeito anunciou a integração desses estudantes a um projeto com o objetivo de impulsionar a produção local.
Quaquá enfatizou a dependência atual do município em relação a produtos vindos de fora, estimando que 95% dos alimentos consumidos em Maricá são externos.
Diante desse cenário, o chefe do executivo municipal declarou a intenção de “entrar pesado” no mercado agrícola, expandindo a visão do agronegócio para além da tradicional soja do centro-oeste e focando em produtos com potencial no mercado fluminense.
Apesar do entusiasmo e da projeção de um futuro promissor, o prefeito não estabeleceu prazos concretos para que o projeto saia do papel.
Em seu “mundo imaginário”, Quaquá vislumbra um crescimento que se iniciaria em Maricá, se expandiria para o Rio de Janeiro, alcançaria o mercado nacional e, finalmente, conquistaria o mundo.
O vídeo se encerra com uma declaração contundente do prefeito, afirmando que não irá “ficar desperdiçando dinheiro com MALANDRAGEM”.
Essa afirmação surge em um contexto de questionamentos por parte da população a respeito de gastos públicos recentes.
A crítica se concentra em um investimento de 8 milhões para obter o quinto lugar em uma competição, considerado por alguns como um uso ineficiente de recursos.
Além disso, as frequentes viagens internacionais com uma comitiva numerosa, muitas vezes maior que a do próprio governador do estado, e a aquisição de projetos milionários sem a devida consulta ao Poder Legislativo e à população também têm gerado debates acalorados.
Diante da grandiosa visão para a produção de cajá e das promessas de um futuro agrícola pujante, a população de Maricá aguarda ansiosamente por mais detalhes e, principalmente, por ações concretas que transformem o sonho do prefeito em realidade, ao mesmo tempo em que clama por maior transparência e participação nas decisões que impactam o futuro da cidade.
A pergunta que ecoa entre os moradores é: quando o “mundo imaginário” de Quaquá se tornará o futuro tangível de Maricá?