Festa Milionária em Itaboraí mira holofotes de Maricá, ignora prioridades e expõe similaridades administrativas…

A celebração do aniversário de 192 anos de Itaboraí custou caro aos cofres públicos: R$ 2,2 milhões apenas em cachês de artistas, culminando em cinco noites de shows onde o prefeito Marcelo Delaroli até dividiu o palco com o cantor Belo.

Nos bastidores políticos, a ligação entre Itaboraí e Maricá parece forte.

A eleição de Marcelo Delaroli teria sido impulsionada pelo prefeito de Maricá, que apresentou as realizações da administração petista, então com alta aprovação na população maricaense – um cenário bem diferente da atual realidade, onde o governo do PT em Maricá enfrenta crescente repúdio popular.

Essa influência pode explicar as similaridades nas dinâmicas administrativas entre os dois municípios.

Um nome que transita nesses bastidores é o do ex-secretário de Saúde de Itaboraí, Sandro Ronquett, que hoje integra o governo de Maricá, fruto de um “acordo entre amigos”, segundo informações de bastidores.

A estratégia de Delaroli parecia ser a de projetar Itaboraí, buscando dividir os holofotes da mídia com a vizinha e rica Maricá.

Contudo, sem a mesma robustez financeira, a exposição acabou sendo negativa, focando nos altos gastos com a festa em detrimento de outras áreas.

Os números são expressivos: pelo menos R$ 2,5 milhões gastos em cachês para o aniversário, em um município com pouco mais de 240 mil habitantes. E o planejamento de gastos com festejos para 2025 já prevê um montante de R$ 28 milhões.

A discrepância entre esses gastos e os investimentos em áreas essenciais é gritante. Uma análise do RJ2 revelou que os aditivos contratuais para a estrutura dos eventos superam os orçamentos de Assistência Social, Cultura e Transportes.

O orçamento anual da Defesa Civil (R$ 365 mil) é inferior ao cachê de quatro artistas da festa.

Enquanto a prefeitura investia pesado na celebração, o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal apontava Itaboraí na 73ª posição entre os 92 municípios do estado, com indicadores preocupantes em Educação (segunda pior avaliação) e Saúde (44ª colocação).

O especialista em Direito Administrativo, Victor Accioly, questiona a priorização desses gastos, defendendo a necessidade de razoabilidade e proporcionalidade no uso do dinheiro público, especialmente quando a população carece de serviços básicos.

O histórico de festas caras em Itaboraí já motivou questionamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que cobrou, sem sucesso, um estudo técnico sobre os benefícios desses eventos.

Em sua defesa, a prefeitura alega aplicar os percentuais mínimos em Saúde e Educação e estima um impacto econômico de R$ 40 milhões com os eventos.

O documento comprobatório desse impacto para este ano não foi apresentado.

O município também justifica o contrato anual de estrutura pela previsão de 47 eventos e afirma seguir as recomendações do TCE, além de destacar investimentos na saúde e o caráter estratégico do incentivo à cultura e ao turismo.

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