Em meio a tensões geradas por possíveis sanções americanas contra autoridades brasileiras, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino adotou um tom de ironia nesta quarta-feira (28).
As ameaças, ventiladas por aliados do ex-presidente Donald Trump, mirariam figuras acusadas de atuar contra a liberdade de expressão, com o ministro Alexandre de Moraes sendo um dos nomes cogitados.
Ao ser questionado por jornalistas no STF, Dino minimizou a situação com uma brincadeira envolvendo nomes de cidades americanas.
“Qualquer coisa é só ir para Nova Iorque. Só que a do Maranhão”, disse, em referência ao estado que governou.
A declaração ocorreu antes da sessão plenária do Supremo, momento em que outros magistrados foram interpelados sobre o anúncio do senador republicano Marco Rubio acerca de uma política de cancelamento de vistos.
A medida americana visa restringir a entrada de indivíduos que, segundo Washington, censuram cidadãos ou empresas dos EUA. Para apoiadores de Jair Bolsonaro, essa ação estaria relacionada à atuação de Alexandre de Moraes no combate à desinformação e ao confronto com o dono da rede social X, Elon Musk.
Flávio Dino, citando o regimento interno do STF, declarou estar “bloqueado para dar declarações” em nome da Corte, função que cabe ao presidente, Luís Roberto Barroso, ou ao decano, Gilmar Mendes. Contudo, reiterou seu posicionamento contrário a qualquer retaliação contra Moraes, a quem já havia defendido publicamente em fevereiro, sugerindo uma visita ao Maranhão para descanso e palestras.
Na mesma linha de cautela, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, preferiu não polemizar, afirmando laconicamente: “Não aconteceu nada que eu precise comentar”.
O anúncio das sanções foi feito pelo Departamento de Estado da ala trumpista, sob o argumento de punir supostos abusos à liberdade de expressão, podendo inclusive atingir familiares dos alvos e sendo comemorado por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.
