A seleção brasileira venceu o Peru por 1 a 0 na noite de hoje (5), no estádio Nilton Santos, e está classificada para a final da Copa América. O gol foi marcado por Lucas Paquetá aos 34 minutos do primeiro tempo.
O jogo foi marcado por uma diferença de desempenho do Brasil entre um primeiro tempo de muita qualidade e chances de gol e um segundo repleto de sustos e aleatoriedade depois de o Peru se lançar para o ataque. O saldo foi positivo para os comandados de Tite, mais uma vez finalistas da competição e na busca pelo bicampeonato.
A final da Copa América será no sábado (10), às 21h, no Maracanã. O Brasil espera Argentina ou Colômbia, que decidem a outra vaga amanhã, em Brasília.
Só precisou de um Lucas Paquetá fez o gol da vitória brasileira aos 34 minutos do primeiro tempo. O Peru bobeou na saída de bola e Richarlison serviu Neymar, que invadiu a área, driblou Callens com maestria —viralizando— e tocou para a finalização do meia de primeira. Não precisou de mais.
Coadjuvante ou protagonista?
Contra o Peru, o Brasil corrigiu um dos maiores problemas que teve nas quartas de final, diante do Chile: quando Neymar recua para sair da marcação e construir atrás dos outros atacantes, os movimentos do time sem bola enfim começaram a abrir linhas de passe para ele e transformaram Paquetá num coadjuvante estrelado. O meia deu profundidade ao time quando aparecia aberto na direita e verticalidade nos momentos em que buscava o trio ofensivo, com passes sempre para frente e aparecendo na área. Foi assim que fez gol com participação decisiva de Neymar, com drible e chegada.
Renan Lodi: é físico?
Substituído no último jogo da fase de grupos por causa de um trauma na bacia e trocado por Tite também nos minutos finais contra o Chile, o lateral-esquerdo Renan Lodi aparenta não estar no melhor de suas condições físicas. O problema é que Alex Sandro está contundido e nem é opção, então o jogador do Atlético de Madri acaba sendo a única alternativa. Presente no ataque no primeiro tempo, ele caiu de rendimento na outra etapa e somou seis perdas de posse de bola que atrapalharam a fluência de jogo da equipe. Não foi sua melhor noite, tanto é que foi substituído por Éder Militão improvisado nos minutos finais.
Testado e aprovado
Parece que todos os testes que Tite fez ao longo desta Copa América chegaram ao auge de execução hoje – o time se encontrou até na hora de lidar com o péssimo estado do gramado. Taticamente, a seleção começou organizada no esquema tático 4-3-3, com Lucas Paquetá atuando como meia centralizado, Neymar e Richarlison invertendo nas funções de ponta-esquerda e centroavante e Renan Lodi e Cebolinha dando apoio e alargando o campo. Mas a qualidade do time estava além desse alinhamento: era um ataque de jogadores multitarefas e com movimentação constante, com e sem bola, para confundir a marcação de cinco homens do Peru.
Desde os primeiros minutos deu para ver o ataque da seleção bagunçando a zaga peruana com tabelas, enfiadas, chegadas, ataques ao espaço e chances de gol em profusão. Teve oportunidade até na bola parada, com uma falta cobrada por Casemiro aos 12 minutos que mostrou o cartão de visitas do goleiro Gallese. O arqueiro peruano ele o melhor em campo até o Brasil abrir o placar aos 34, numa jogada trabalhada por Neymar e concluída por Paquetá. O Brasil controlou mais o jogo depois do gol até o intervalo, consolidando seu melhor tempo até aqui na Copa América.
Na volta do vestiário, Ricardo Gareca desmontou a linha de cinco defensiva e tentou acuar o Brasil. Lapadula assustou logo no comecinho, depois de sair da marcação de Thiago Silva e obrigar Ederson a uma defesa difícil. O goleiro trabalhou de novo aos 15, numa finalização de Raziel Garcia. O Peru estava vivo e Tite notou que o jogo do Brasil ficava cada vez mais aleatório e sob risco. Everton Ribeiro entrou para organizar, e a produção subiu. Até pênalti em Richarlison a arbitragem ignorou aos 25 minutos.
Tite trocou três jogadores de uma vez já perto dos 40 minutos, numa ideia clara de segurar os peruanos até o apito final. Assim foi.
Pra não dizer que não falei do gramado
De novo — mas pela última vez —, o gramado do Nilton Santos foi um obstáculo para os dois times. Cheio de áreas esbranquiçadas ou com terra aparente, o campo deixou a bola picotada, provocou quiques involuntários, levantou tufos de grama para o alto a cada dividida, deixou tinta no uniforme dos jogadores e causou risco de lesão. A imagem internacional é das piores possíveis. Como será que vai estar o Maracanã?
FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 x 0 PERU
Competição: Copa América, semifinal
Local: estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro-RJ
Data/hora: 5 de julho de 2021, segunda-feira, às 20h
Árbitro: Roberto Tobar (Chile)
Assistentes: Christian Schiemann e Claudio Rios (ambos do Chile)
VAR: Derlis Lopez (Paraguai)
Cartões amarelos: Vini Jr (Brasil), Yotún, Marcos Lopes (Peru)
GOLS: Lucas Paquetá, aos 34/1ºT (1-0)
Brasil: Ederson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi (Éder Militão, aos 38/2ºT); Casemiro e Fred (Fabinho, aos 38/2ºT); Éverton Cebolinha (Everton Ribeiro, aos 24/2ºT), Neymar, Richarlison (Vini Jr, aos 38/2ºT) e Lucas Paquetá (Douglas Luiz, aos 46/2ºT). Técnico: Tite.
Peru: Pedro Gallese; Callens, Ramos (Raziel Garcia, no intervalo) e Santamaría; Corzo, Sergio Peña, Tapia (Távara, aos 44/2ºT), Yotun e Trauco (Marcos López, no intervalo); Cueva (Ormeño, aos 35/2ºT) e Lapadula. Técnico: Ricardo Gareca.