Autoridades de saúde da Guiné confirmaram o primeiro caso de Marburg na África Ocidental, uma doença altamente infecciosa da mesma família do vírus que causa o Ebola.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o vírus precisava ser “interrompido em seu caminho”.
A doença do vírus de Marburg é transmitida às pessoas por morcegos frugívoros e se espalha entre humanos por meio da transmissão de fluidos corporais.
Os casos são extremamente raros, com o último grande surto em Angola em 2005.
É uma doença grave, geralmente fatal, com sintomas que incluem dor de cabeça, febre, dores musculares, vômitos com sangue e sangramento.
Ainda não existe tratamento para Marburg, mas os médicos dizem que beber bastante água e tratar sintomas específicos aumenta as chances de sobrevida do paciente.
Amostras retiradas do paciente guineense, que já morreu, foram testadas em laboratórios do país e deram resultado positivo para o vírus de Marburg.
Ele foi identificado em Guéckédou na semana passada, a mesma região onde foram encontrados casos recentes de ebola, em um surto que agora acabou.
A diretora da OMS para a África, a botsuanense Matshidiso Moeti, disse que o vírus tem potencial para se “espalhar por toda parte”.
Mas ela elogiou “o estado de alerta e a rápida ação investigativa dos profissionais de saúde da Guiné”.
Autoridades tentam agora encontrar pessoas que possam ter estado em contato com o homem que morreu.
Quatro contatos de alto risco, incluindo um trabalhador de saúde, foram identificados, além de 146 outros que poderiam ter sido expostos ao vírus, diz a epidemiologista Krutika Kuppalli, que tem acompanhado o caso, à BBC.
Os sistemas implantados na Guiné e nos países vizinhos para controlar os recentes surtos de Ebola estão sendo retomados em resposta ao vírus de Marburg.
Na África, surtos anteriores e casos esporádicos foram notificados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda, afirma a OMS.
O primeiro surto de Marburg ocorreu na Alemanha em 1967, onde sete pessoas morreram.
O vírus matou mais de 200 pessoas em Angola em 2005, o surto mais mortal já registrado, de acordo com a OMS.