Ex-secretário de Saúde do RJ Carlos Alberto Chaves morre vítima de Covid

O ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Carlos Alberto Chaves morreu nesta sexta-feira (20) vítima de Covid-19. Ele foi o quarto gestor da pasta desde o início da pandemia, ficando à frente da Saúde estadual entre setembro de 2020 e maio deste ano.

O ex-chefe da pasta estava internado no Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcellos, Zona Norte do Rio. Chaves chegou a informar a jornalistas, em 12 de julho deste ano, por aplicativo de mensagens, que havia testado positivo para Covid.

Ele acrescentou, ainda, que estava em isolamento e sendo supervisionado no Marcílio Dias. Um mês depois, o ex-secretário precisou ser internado por conta da doença.

Na mensagem, Chaves também relatou quais tinham sido os primeiros sintomas que havia sentido: cansaço e broncoespasmo, mas segundo ele sem febre ou outras complicações. O filho dele disse que o ex-secretário sofria de asma brônquica.

A TV Globo apurou que o Palácio Guanabara deverá decretar luto oficial de três dias pela morte de Chaves. Em nota de pesar, divulgada nesta sexta, o governador Cláudio Castro afirmou que Chaves era “incansável na luta por salvar vidas no meio desta pandemia”.
“Assim foi a passagem do médico Carlos Albertos Chaves à frente da Secretaria de Saúde. Por isso, hoje é um dia extremamente triste, não só para familiares e amigos, mas para toda a população do estado do Rio de Janeiro, que se despede de um dos homens que mais lutou pela chegada e distribuição da vacina”, diz o texto atribuído a Castro.

A nota também elogia a inteligência de Chaves, classificando o ex-secretário como uma pessoa direta e extremamente humana em suas relações (veja a íntegra ao fim do texto).
Nomeação e saída

Chaves foi nomeado para a secretaria em 25 de setembro do ano passado por Cláudio Castro, quando este ainda era governador em exercício.

Após oito meses como chefe da Saúde, o ex-secretário foi sucedido por Alexandre Chieppe – o atual chefe da Saúde.

Médico, depois que deixou o posto de secretário, Chaves passou a coordenar a captação de órgãos para transplantes no estado, até a data em que testou positivo para a doença.

Na mensagem enviada a jornalistas, o ex-secretário também disse que iria cumprir “todo o protocolo previsto pelo Ministério da Saúde”, inclusive o isolamento social de 14 dias.

Antes da secretaria, Chaves foi diretor de hospitais do estado e trabalhou no Ministério Público estadual, coordenando o Grupo de Apoio Técnico Especializado. Foram quase dez anos no órgão.

A chegada ao governo estadual ocorreu depois de sucessivas denúncias de corrupção na Saúde, que acabaram levando à crise institucional no governo e impeachment do ex-governador Wilson Witzel.

Amigos afirmaram ao G1 que Chaves era apaixonado por Beatles e foi um dos fundadores do Cavern Clube do Rio, na Lapa.
Íntegra da nota do governo:
“Incansável na luta por salvar vidas no meio desta pandemia. Assim foi a passagem do médico Carlos Albertos Chaves à frente da Secretaria de Saúde. Por isso, hoje é um dia extremamente triste, não só para familiares e amigos, mas para toda a população do estado do Rio de Janeiro, que se despede de um dos homens que mais lutou pela chegada e distribuição da vacina.

Inteligente, direto e extremamente humano em suas relações, Dr. Chaves foi um dos principais responsáveis pela elaboração da exitosa logística de entrega dos imunizantes aos 92 municípios.

Exercendo o papel de líder e com a grande sensibilidade que tinha, por muitas vezes conduziu pessoalmente as aeronaves para agilizar a entrega das vacinas ao interior.

Todo meu respeito e eterna gratidão pelo bem que fez por nossa população. Em sinal de profundo pesar, decreto luto oficial de três dias. Que Deus possa confortar familiares e amigos.”