Maricá é referência no atendimento às pessoas com deficiência 

A Prefeitura de Maricá possui dois equipamentos para atender gratuitamente pessoas autistas e com deficiências físicas: a Casa do Autista e o Centro de Reabilitação, respectivamente. Os espaços acolhem pessoas a partir de 12 anos e dispõem de uma equipe de profissionais qualificados, composta por fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, assistente social, enfermeiro, nutricionista, psicomotricista, além de especialistas em acupuntura, pilates e reeducação postural global (RPG).

O serviço de acolhimento aos autistas em idade adulta é raro no Brasil e Maricá é um dos poucos municípios com equipamento público voltado a essa população. Atualmente, 140 pessoas são atendidas ou passam por avaliações na Casa do Autista e outras 148 já estão inseridas nos serviços oferecidos pelo Centro de Reabilitação, entre atendimentos presenciais e nas residências.

Atendimento ao alcance de todos

Para ser acolhido em um dos espaços, é preciso de encaminhamento médico prévio ou comparecer presencialmente ao local (Rua das Orquídeas, 1262, Parque Nanci – às margens da Rodovia Amaral Peixoto). O Centro de Reabilitação funciona no térreo e a Casa do Autista no segundo andar. No espaço, é feita triagem e outras dinâmicas e avaliações, buscando oferecer auxílio personalizado e alinhado às necessidades de cada um.

Maria Beatriz Bastos, coordenadora de Reabilitação da Secretaria de Assistência Social de Maricá, reforça o papel das estruturas públicas para a inserção social das pessoas com deficiência (PCD), que avança em Maricá.

“Esses dois equipamentos públicos são novos e têm como principal diferencial oferecer atendimento multidisciplinar aos adultos autistas ou com deficiências físicas e mobilidade reduzida. Os adolescentes que eram atendidos pelo Serviço de Atendimento de Reabilitação Especial de Maricá (SAREM) estão migrando progressivamente para a Casa do Autista e para o Centro de Reabilitação, otimizando os serviços oferecidos e diminuindo a fila de espera”, afirmou.

Casa do Autista estimula a autonomia de forma lúdica

Serviço de referência, a Casa do Autista possui atividades de avaliação, estímulo, e reinserção ao convívio social, com orientação aos familiares e integração às dinâmicas coletivas. O objetivo principal do equipamento é trazer autonomia às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por meio de abordagens profissionais diferenciadas, incluindo terapias que utilizam música, leitura, arte e estímulos sensoriais.

O espaço possui plataforma elevatória protegida, garantindo a acessibilidade com segurança. Também é disponibilizada uma van para transportar os atendidos até os pontos de ônibus e um outro veículo para levar em casa aqueles com dificuldades de locomoção.

Alessandro Katani é pai de Maria Flor de Moraes, de 14 anos, adolescente autista atendida no espaço. Ele destaca a importância do acompanhamento contínuo feito no município, que ganha agora maior estrutura e especialidades.

“Minha filha foi atendida desde os 5 anos de idade no Sarem e agora passou para a Casa do Autista. Ela continuará sendo acompanhada por uma terapeuta ocupacional e uma fonoaudióloga, mas, por estar na adolescência, acredito que a musicoterapia e as atividades em grupo serão importantes. Todo o atendimento durante esse tempo foi essencial e a estrutura que Maricá oferece é muito boa, um diferencial”, disse.

Atleta paralímpico de Maricá é atendido no Centro de Reabilitação

O Centro de Reabilitação acolhe pessoas de 12 a 59 anos, com deficiências físicas permanentes ou algum tipo de deficiência intelectual. O espaço possui áreas e equipamentos específicos de fisioterapia e realiza um trabalho trimestral com os pacientes, avaliando o resultado do programa adotado após esse período.

Lucas de Araújo, de 27 anos, é atleta de bocha paralímpica e ressalta a função do acolhimento no espaço para otimizar seu desempenho durante os jogos.

“Sou atleta de bocha há 11 anos e participei de diversas competições mundiais. Ter esse atendimento para mim é muito bom, porque consigo desempenhar meu trabalho melhor e preciso desse acompanhamento. Estou há dois meses aqui e já vejo uma melhora grande no meu treinamento, mantendo o alto rendimento”, afirmou.