O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), foi alvo de uma nova investigação por corrupção nesta quarta-feira, 20. A quebra de sigilos telemático, fiscal e bancário do chefe do Executivo foi autorizada pelo ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no âmbito da Operação Sétimo Mandamento.
A investigação apura desvios de recursos e fraude em licitação em contratos sociais entre 2017 e 2020. Castro é o sétimo governador do Rio a ser investigado por corrupção desde o fim da ditadura militar.
A decisão da Justiça foi tomada após a delação premiada de Marcus Vinícius de Azevedo, ex-assessor do governador. Azevedo afirmou que Castro recebeu propina em troca de favorecer empresas em contratos com o governo do estado.
Castro nega as acusações e diz que a investigação “se resume a uma delação criminosa”.
O governador também enfrenta um grave problema financeiro. O estado do Rio deve cerca de R$ 100 bilhões à União e está em regime de recuperação fiscal.
Os pagamentos previstos do estado para a União somam de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões neste ano e cerca de R$ 8,6 bilhões em 2024. De acordo com Castro, se não houver mais flexibilização no Regime de Recuperação Fiscal, o Rio terá de optar entre pagar a dívida ou viver uma crise humanitária.
A investigação contra Castro é mais um capítulo na longa história de corrupção do governo do Rio de Janeiro. O colapso financeiro do estado também é uma ameaça à população, que pode enfrentar uma crise humanitária se não houver solução para o problema.
A Operação Sétimo Mandamento foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF).
Além de Castro, a investigação também mira outros ex-secretários e servidores do governo do Rio.
O caso é um desdobramento da Operação Furna da Onça, que investigou um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.