Em uma cena lamentável que mais parecia um ringue de boxe do que um plenário legislativo, os vereadores Gabriel Bandarra (Podemos) e Ronaldo Washington Lopes (PP) protagonizaram uma briga de socos durante sessão na Câmara Municipal de Lauro de Freitas (BA) na última terça-feira (28).
A confusão teve início durante a discussão de um requerimento para convocar a prefeita Moema Gramacho (PT) para prestar esclarecimentos à Casa. Bandarra acusou a presidente da Câmara, Rosenaide Carvalho de Brito (PT), de “mentir descaradamente” ao negar aos parlamentares a oportunidade de questionar a prefeita. Ele também a acusou de trabalhar para beneficiar Gramacho.
Em resposta, Bandarra propôs convidar novamente a prefeita para comparecer à Câmara e responder aos questionamentos dos vereadores, afirmando que ela já teria se mostrado disposta a fazê-lo. Em um tom desafiador, ele questionou se havia algum “vereador frouxo” que se oporia à ideia, prometendo “pegar na cara” de quem o fizesse e divulgar nas redes sociais.
Ao ouvir a provocação, Lopes, que se posiciona como oposição à prefeita, pediu a palavra e se disse abismado com as ofensas direcionadas à presidente da Câmara. Afirmando que jamais chamaria Rosenaide de “descarada”, mesmo discordando dela, Lopes defendeu o respeito às mulheres e à civilidade no ambiente parlamentar.
A discussão se intensificou e, em um momento de fúria, Lopes chamou Bandarra de “descarado” e partiu para cima dele, desferindo socos. A cena rapidamente se degenerou em uma briga física, com os dois vereadores trocando socos e tapas no plenário.
Seguranças e agentes da Guarda Civil Municipal intervieram para separar os parlamentares, mas a sessão foi tumultuada e a transmissão oficial foi cortada. A cena lamentável evidencia o clima acirrado e a falta de diálogo que permeiam o ambiente político da cidade, e demonstra o despreparo de alguns representantes para lidar com o debate de ideias de forma civilizada.
O que esperar agora?
Após a briga, ambos os vereadores registraram boletim de ocorrência. A Câmara Municipal de Lauro de Freitas deve instaurar um processo para apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis. A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar também deverá analisar o caso e decidir se os vereadores serão punidos.
O episódio é um reflexo da polarização política que assola o país e do crescente nível de violência que se observa na sociedade brasileira. É urgente que os representantes do povo se conscientizem da responsabilidade que carregam e busquem soluções para os problemas da cidade de forma pacífica e democrática.
A população de Lauro de Freitas merece um Legislativo que atue com seriedade, respeito e compromisso com o bem-estar da comunidade.