A família do motorista de aplicativo José Adriano de Sousa Lima, 45, que reside no Rio de Janeiro, mas acabou sendo preso durante uma corrida em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, luta na Justiça pela liberdade dele. A filha, a contadora Lorena Zampolli, 23, afirma que o pai foi preso injustamente, após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Minas encontrar cerca de 4KG de drogas dentro da bolsa de uma passageira que havia acionado o serviço dele.
O caso ocorreu no dia 18 de junho e há cerca de mais de um mês, tanto o motorista de aplicativo quanto a passageira estão presos, em uma penitenciária de Juiz de Fora.
“Ele havia feito uma corrida particular para um hospital na penha, no Rio de Janeiro, para um amigo da minha mãe. Depois ele ligou o aplicativo e pintou essa corrida. Pelo valor da corrida e por ser longa, ele aceitou. Ele não conhece a passageira, ele não tem qualquer associação com o tráfico de drogas, é réu primário, chefe de família, tem casa, é pai e chefe de família”, defendeu.
A corrida foi acionada por Tairiny Cristini Duarte Custódio, de 26 anos, suposta dona da mala onde as drogas foram encontradas e o destino era a cidade mineira de São Tiago, na região Central do Estado.
“Quase chegando ao destino, eles foram parados pela Polícia Rodoviária Federal. Ele na frente e ela no banco de trás, com duas mochilas. Nessas mochilas haviam grandes quantidades de drogas. Maconha e cocaína. Juntos das drogas haviam pertences pessoais dela” pontuou Zampolli.
Os dois acabaram sendo presos e durante a audiência de custódia, a passageira preferiu se manter calada. “Ela se manteve calada e isso prejudica muito o meu pai, porque não inocenta ele.”, lamenta Lorena Zampolli que decidiu expor o caso nas redes sociais.
A família tentou entrar com um pedido de revogação da prisão do motorista, que acabou negada. Um pedido de Habeas Corpus também foi impetrado, mas novamente negado em caráter liminar.
Ameaça
Responsável pela defesa de Tairiny Cristini Duarte, o advogado Ulisses Sanches da Gama afirma que a cliente estava muito nervosa no momento da prisão e por isso decidiu ficar calada. Apesar disso, ele diz que a cliente foi ameaçada e coagida a transportar a droga até a cidade de São Tiago.
“Ela foi coagida no Rio de Janeiro, em uma favela, a transportar essa droga para Minas. Um parente dela possui uma dívida com os traficantes e ela teve que fazer o transporte. Na prisão ela se reservou ao direito de ficar calada. Ela estava muito apavorada, não sabia o que fazer, porque segundo ela, na comunidade onde mora, falar alguma coisa é o mesmo que ser condenado à morte”, explicou Gama.
O advogado explica que essa versão será compartilhada pela mulher durante os trâmites na Justiça. “Ela se manteve no direito constitucional de ficar calada, mas ainda não houve alguma movimentação processual para que ela pudesse de fato narrar a história. Nem foi ela que acionou o motorista de aplicativo, alguém fez isso”, disse o advogado.
99 Pop
Por meio de nota, o aplicativo 99 Pop afirmou que tem auxiliado a polícia nas investigações.
“Assim que tomamos conhecimento, imediatamente mobilizamos uma equipe responsável por compartilhar as informações necessárias. Porém, pela legislação vigente, o envio de dados de usuários depende de prévia autorização das autoridades. Entramos proativamente em contato com a polícia e aguardamos essa etapa para seguir colaborando. Continuamos a postos para apoiar as investigações no que for necessário para que o caso seja esclarecido o mais breve possível”.