Alunos da rede municipal da Secretaria de Educação de Maricá conquistaram premiações na edição 2023 da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Foram 20 medalhas na categoria nacional, 11 na categoria regional e outras 16 menções honrosas distribuídas em seis escolas.
Ao todo, 475 estudantes maricaenses do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental realizaram o exame, dos quais 20 foram premiados. Alguns deles receberam duas medalhas, premiações referentes às categorias nacional e regional. Realizada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), a primeira fase da 18ª Obmep aconteceu em maio do ano passado e contou com a participação de 18,3 milhões de alunos de mais de 55 mil escolas.
Nesta etapa, a prova foi composta por seis questões discursivas e os alunos tiveram três horas para completá-las. Aos classificados, serão distribuídas 8.450 medalhas nacionais, sendo 650 de ouro, 1.950 de prata e 5.850 de bronze, além de 50 mil menções honrosas.
CEPT é destaque na premiação
O Campus de Educação Pública Transformadora Leonel de Moura Brizola, que abriga a Escola Municipal Anísio Teixeira, foi a unidade com maior número de premiações na cidade. Ao todo, foram oito alunos premiados com quatro medalhas regionais (um ouro, uma prata e dois bronzes), duas medalhas nacionais (uma prata e um bronze) e seis menções honrosas nacionais.
Medalhista de ouro na categoria regional e prata à nível nacional, Gabrielly Paulo de Oliveira Pacheco, 16 anos, era aluna do 9º ano do Campus de Educação Pública Transformadora (CEPT) Leonel de Moura Brizola, em Itaipuaçu, quando participou da prova. A estudante contou que fez a prova despretensiosamente, sem acreditar que poderia ser premiada.
“Na verdade, eu não estava esperando ganhar nada. Sempre me achei muito ruim em matemática e quando descobri que eu havia ganhado uma medalha na Obmep eu fiquei muito surpresa. Fiquei muito feliz e aumentou a minha autoestima. Não pretendo seguir carreira na matemática, mas agora sei que atuar com ela é uma possibilidade, não preciso procurar evitar áreas que envolvam porque agora vejo que não tenho tanta dificuldade como eu pensava”, revelou Gabrielly, que participou dos projetos de reforço escolar, monitoria e do preparatório para a própria Obmep oferecidos pelo CEPT Leonel Brizola.
Jorge Miguel Cheque Mello, também aluno do CEPT, conquistou medalha de prata na categoria regional e bronze na nacional. “O preparatório oferecido pela escola me deu uma grande ajuda. Eu só estudava aqui na escola, não tinha o hábito de estudar em casa, e poderia ter conquistado um resultado muito melhor. Eu não sabia o que esperar da prova. Sem o suporte que o pessoal aqui me deu, provavelmente não conseguiria ganhar as medalhas”, contou o aluno de 15 anos.
“Muitos alunos não têm a dimensão real do que é a Obmep inicialmente, ainda mais sendo do Ensino Fundamental. Esses alunos estudaram muito. A Gabrielly participou de diversos projetos oferecidos aqui na escola e o Jorge sempre foi um aluno excelente durante o preparatório, ele faz as atividades muito rápido, o que dá a ele uma condição favorável.
Nosso objetivo é aperfeiçoar esses alunos, trazendo o que eles já têm de conhecimento, novos conteúdos – que não necessariamente é o conteúdo tradicional da própria escola – para preparar para as ‘pegadinhas’ da prova”, explicou o professor de matemática do CEPT e coordenador do Projeto Obmep na unidade, José Flavio Soares.
Resultados em outras unidades
Ao todo, alunos de seis escolas da rede municipal de ensino conquistaram premiações. Um deles foi Arthur Faustino Damasceno, aluno da E.M. Antônio Lopes da Fontoura, em Itapeba, que alcançou a prata regional e o bronze nacional. O adolescente de 12 anos revelou ficar muito feliz com a medalha obtida.
“Eu fiquei muito feliz. Participei sem esperar ganhar, porque era uma prova com pessoas de todo o Brasil. A prova estava muito difícil. Eu nunca tinha feito a Obmep. Estudei muito em casa e tive muito o apoio dos meus professores e dos meus pais”, disse Arthur.
Já no E.M. Clério Boechat de Oliveira, no Flamengo, seis alunos conquistaram premiações. Daniel Maximus B. Guimarães (Prata Regional e Bronze Nacional), que tem 12 anos, é amante da disciplina e espera ser professor de matemática no futuro. “Eu estudei um pouquinho as provas anteriores em casa. Eu não sabia que eu ia passar de fase, achei que não tinha ido bem na primeira prova. Eu gosto muito de matemática e quero ser professor um dia”, contou.
“Consegui fazer as principais questões sobre raciocínio lógico. A prova estava difícil, mas estávamos preparados. Eu não estudei em casa, só aqui na escola. Passar para a segunda fase, para mim, foi uma surpresa, porque estudei muito pouco na primeira fase.
Não é minha matéria favorita, mas gosto muito de matemática e sou bom fazendo na prática”, falou Matheus Mário Garios, também aluno do E.M. Clério Boechat de Oliveira e conquistou a medalha de bronze regional e uma Menção Honrosa nacional.
Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep)
A competição científica é promovida com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC) e, neste ano, reuniu mais de 900 mil alunos classificados na 1ª fase. Destinada a estudantes do 6º ano do Fundamental ao 3º ano do Médio, a Obmep contribui para estimular o estudo da Matemática e identificar jovens talentos.
A olimpíada também tem objetivo de desenvolver a qualidade da educação básica, possibilitando que um maior número de alunos brasileiros possa ter acesso a material didático de qualidade.
Os alunos que conquistarem medalhas nacionais são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC) que propicia, por meio de encontros presenciais ou virtuais, contato com interessantes questões no ramo da Matemática, ampliando o conhecimento científico e preparando o aluno para um futuro desempenho profissional e acadêmico.
Os alunos de escolas públicas, além das aulas, recebem uma bolsa de incentivo de R$ 300 para participarem do programa.
O valor da bolsa concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) foi reajustado este ano, com aumento de 200%.
–